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PANDEMIAS

Saúde global e escolhas pessoais.

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O livro “Pandemias, saúde global e escolhas pessoais”, escrito por epidemiólogos especializados na pesquisa de pandemias e epidemias de doenças respiratórias, começa perguntando ao leitor se podemos comparar pandemias e surtos de doenças infecciosas a desastres naturais, tais como terremotos, tsunamis e furacões, contra os quais pouco se pode fazer além de nos prepararmos para o pior. “Deveria a nossa civilização se resignar a viver sob a ameaça constante de pandemias altamente patogênicas, e simplesmente ter em mãos planos de ação para reduzir seus efeitos quando elas acontecem?”, perguntam os autores.


Os autores, a Dra. Cynthia S Paim e o Dr. Wladimir J Alonso, ambos com doutorado em Oxford, trabalharam por vários anos em projetos de pesquisa em epidemiologia e saúde pública, com mais de 100 artigos científicos publicados sobre o impacto das pandemias de gripe de 1918 e 2009, a sazonalidade de doenças infecciosas e seu impacto em termos de hospitalizações e mortes, políticas de vacinação, prevenção de catástrofes, entre outros.


No livro, Cynthia e Wladimir percorrem com o leitor exemplos de pandemias e surtos de doenças infecciosas nas últimas décadas - do Ebola ao HIV, da gripe suína e aviária ao novo surto de coronavírus. Ao nos levar em jornadas por vilarejos da Guiné, mercados de animais vivos na China e em Bangladesh, por surtos de doenças infecciosas na Inglaterra e no México, eles mostram como tanto práticas ultra-primitivas como processos de produção tidos como ultra-modernos põe em risco a saúde de todos e a economia dos países.


Os relatos são embasados em ampla literatura científica, e nos mostram que a origem das ameaças à saúde global não está restrita aos mercados de animais vivos e zonas rurais de muitos países - ela está muito mais próxima de nós do que pensamos. O livro, no entanto, termina com uma mensagem otimista, mostrando ao leitor como cada um de nós pode contribuir para reduzir as chances de que estes eventos venham a ocorrer novamente no futuro. “Felizmente, a redução de muitos dos riscos apresentados por novos patógenos depende da atuação humana, e a humanidade já provou poder vencer desafios inclusive maiores”, comentam os autores.